segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O paradoxo do índio e do caboclo: Vitorino Condá, apaziguador e conflitante nos Campos de Palmas

É interessante frisar que apesar de uma rivalidade entre os fazendeiros que estavam obcecados pelas terras de Palmas não se evidenciou nenhum conflito armado entre os diversos personagens brancos dessa colonização. Mas já entre os indígenas, esses conflitos são frequentes e todos são procedentes ao consentimento dos chamados “homens bons”. Esses assumiram o papel de manter contato com os líderes indígenas, sendo que esses deveriam se unir ao processo colonial.

1839 - Início dos povoamentos de Pedro Siqueira Cortês em Palmas culminam na necessidade de construção de estradas que ligassem a pequenina e nascente vila com o Rio Grande do Sul. Necessita-se o apoio de indígenas para tal empreitada, aparece o vulto do líder indígena mais respeitado daquelas bandas, Vitorino Condá.

Toda essa união culminava na guerra com outras tribos, um verdadeiro conflito fratricida. Em todos os documentos se registra a participação dos diversos agrupamentos indígenas em torno da construção de estradas para a vinda de tropeiros, o alastramento dos rastros das picadas indígenas construía essas verdadeiras vias de comunicação com o interior do estado do Rio Grande do Sul.

Um personagem fundamental para a colonização dos Campos de Palmas foi Vitorino Condá, pai-bang (cacique) de toda a região, era frequentemente visto saindo dos verdes campos com diversas famílias indígenas para influenciar diretamente nas decisões da ocupação de todo atual sudoeste do Paraná, do oeste de Santa Catarina e do noroeste do Rio Grande do Sul1. Apesar do seu aspecto de liderança, os interesses dos indígenas não são relatados como decididos simplesmente pela autoridade de Condá. Tinha em seu apoio Viri, índio Kaingang que herdara intensos anos de estratégia militar indígena, se aliaram aos brancos ainda no Aldeamento Atalaia (1820).

1 Por volta da década de 1840, dois árbitros neutros foram convocados para resolver a questão, Dr. João da Silva Carrão e Joaquim José Pinto Bandeira. Houve uma separação das duas comunidades, Siqueira Cortes ficara no poente e Santos para o nascente. (WACHOWICZ, op. Cit.: 15).


A perpetuação da História. Nas imagens, uma estátua em homenagem ao Índio Condá em frente ao estádio Índio Condá em Chapecó. O time do Chapecoense possui uma torcida sempre presente no estádio com um grito coletivo: "Índiooooooo Condá". Abaixo a imagem de uma gestão da prefeitura da cidade de Vitorino, homenageando também o antigo líder indígena.

8 comentários:

  1. Seu texto está bom, mas gostaria de saber mais. Quais são suas fontes de pesquisa?
    Obrigada.

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  2. muito interessante mas também queria suas fontes de pesquisa.

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  3. muito interessante mas também queria suas fontes de pesquisa.

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  4. Tudo indica que os Índios foram devastados dessa região... A exatamente 6 anos e 7 dias uma GRANDE TRAGÉDIA abalou FORTEMENTE toda a Cidade Chapecoense (sem contar com o mundo inteiro), com DORES e SOFRIMENTOS assemelhados ÀQUELES que HABITAVAM ESSA TERRA quando estavam sendo DESTERRADOS... É UM PONTO DE VISTA...

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  5. Será que a morte do time tem alguma coisa ver com a reencarnação, resgate ou coisa assim?

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    1. Não conheço bem a história, mas já ouvi de descendentes de colonos de origem italiana, o seguinte relato: No início do desbravamento da região oeste de Santa Catarina os índios nativos foram massacrados e os sobreviventes eram cassados com animais pelos temidos "bugreiros". Em certa feita, alguns colonos quiseram poupar as crianças, mas desistiram da idéia após serem aconselhados pelo padre local para que eliminassem a todos, pois do contrário estariam "criando cobras para os morder". Vale a pena se pesquisar mais sobre o assunto.

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  6. resgates em grupo sempre acontecem ,o Titanic . o incêndio do Joelma , o 11 de Setembro e tantos outros, quem semeia vento colhe tempestades cedo ou tarde a hora da justiça chega , DEUS tudo vê e não desampara ninguém,estes resgates são necessários para o desenvolvimento espiritual

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